O crescimento demográfico rápido da população idosa no Brasil traz junto consigo um aumento dos casos de doenças crônicas, das quais não se devem tratar apenas sintomas isolados. Sendo assim, na avaliação de sua saúde é preciso abranger o organismo de uma forma geral, inclusive o contexto psicossocial onde o indivíduo se encontra inserido. Considerando que o idoso apresenta características bem peculiares, onde pequenas queixas podem esconder problemas, há a necessidade da aplicação de instrumentos de avaliação da saúde do idoso direcionados a problemas complexos, a seu estado funcional e a qualidade de vida. Para tanto, o enfermeiro deve procurar fazer uma avaliação que traçe o perfil funcional do idoso de modo global, assim como a sua capacidade de realizar atividades independentes. Objetivou-se avaliar o estado funcional de um idoso utilizando a avaliação global. Trata-se de um estudo caso, realizado com um senhor de 75 anos de idade, natural de Crato-CE, residente em um abrigo de idosos localizado na cidade de Juazeiro do Norte-CE, no período de 12 a 19 de julho de 2012. Foi feita a aplicação dos seguintes instrumentos: Escala de Katz (nível de dependência); Escala Geriátrica da Depressão; Mini-exame Mental; Lista de Palavras do CERAD (capacidade de memorização de palavras); Reconhecimento de Figuras; Avaliação da marcha; Testes de audição, flexibilidade de membros e fala. Encontrou-se que o idoso apresenta independência total na realização de suas atividades diárias, entretanto, apresenta sintomas de depressão. Tem capacidade de memorização de palavras e aptidão para reconhecer figuras dentro da normalidade. Audição normal, dentição ausente, sem o uso de próteses, boca higienizada, membros superiores sem deformidades e com dificuldade de pinça digital na mão direita. Tórax e abdômen com formatos normais possui cicatriz cirúrgica de colecistectomia. Apresenta marcha de rigidez no joelho direito consequente de cirurgia ortopédica pós-trauma do membro. Quanto à verificação dos sinais vitais encontrou-se eupneico, normotenso e afebril. Faz uso de anti-hipertensivo e expectorante. Queixa-se de “garganta seca” e “falta do que fazer”. Após o término da coleta de dados foram feitas algumas orientações: como aumento da ingestão de líquidos, práticas de exercícios físicos leves, como caminhada pela manhã ou final da tarde, procurar conversar com outros idosos do abrigo, assistir TV, ouvir música ou procurar outras atividades que distraiam sua mente. Após a aplicação dos instrumentos de avaliação foi possível perceber a necessidade de buscar um aprimoramento visando uma melhor detecção das necessidades dos idosos para, assim, intervir de maneira eficaz. No idoso em questão notou-se que suas principais necessidades eram de cunho psicológico como solidão e falta de atividade de lazer. A realização desse estudo foi válida no sentido de ter contribuído para confirmar a importância da utilização de vários instrumentos de avaliação da saúde do idoso, percebendo a importância de sua aplicação para uma avaliação ampla e global, bem como a oportunidade em proporcionar uma atenção especial, para quem estava desassistido emocionalmente, apontando-lhe algumas medidas que visam a promoção do seu bem-estar.