O estigma da seca é característica marcante do semiárido brasileiro; região cujos impactos oriundos dos longos períodos de estiagem são, naturalmente, frequentes. No transcorrer da história, destacaram-se diversas medidas de gestão de secas, que buscaram ‘“combater” suas origens e/ou consequências, principalmente, aquelas de ordem socioeconômica. Quanto as possíveis alternativas para o desenvolvimento desta região, ainda se vive sob dois paradigmas: o “combate” à seca e/ou a “convivência” com o fenômeno. Nessa perspectiva, refletindo sobre as iniciativas de “combate” e/ou “convivência” com o fenômeno, este estudo objetiva discutir e identificar o período desta transição paradigmática, no âmbito das políticas públicas, analisando, sobretudo, as eventuais mudanças entre as duas perspectivas, no que tange ao “lidar” com o fenômeno das secas. Para tanto, recorreu-se aos fundamentos da pesquisa bibliográfica e documental. A partir do trabalho, pôde-se perceber, a partir de um mapeamento literário, que há a necessidade de análises das concepções conceituais em questão, para se entender, de fato, as questões que nortearam(iam) as estratégias de desenvolvimento da região semiárida, pois as posições, dos diversos atores/agentes deste processo, muitas vezes, ainda são imprecisas. Ademais, constatou-se que fomentar alternativas emergentes, capazes de gerir de forma integradora as demandas hídricas no Semiárido, ainda consiste em um grande desafio, em virtude do(a): 1. Complexo comportamento espaço-temporal dos seus fatores/elementos físicos característicos; 2. Obstáculo gerado pelos múltiplos atores sociais quanto à proposição de estratégias de cunho não conservadoras. Logo, a possibilidade de novas mudanças de paradigmas, em relação a discussão em curso, não podem ser desconsideradas.