O presente artigo aborda aspectos da docência a partir de dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente. Nesta perspectiva, são analisadas as representações sobre a necessidade de uma formação de professores construída dentro da profissão. Apoiando as reflexões nas representações construídas dentro da profissão, são analisadas as categorias: práticas, profissão, pessoa, partilha e público conforme definição de António Nóvoa em relação à docência. As contribuições apresentadas pelos estudiosos são fundamentais para orientar a formação e a atuação docente no que concerne à mobilização e à construção de saberes necessários ao ensino, ou seja, à profissionalização do ensino que envolve uma dimensão epistemológica e uma dimensão política que certamente irão subsidiar a construção da identidade profissional dos professores, indispensável para o estatuto da profissionalização docente. De fato, a formação de professores deve assumir uma forte componente prática, centrada na aprendizagem dos alunos e no estudo de casos concretos, tendo como referência o trabalho escolar; caminho indispensável para a transformação do ensino e para o sucesso do professor ao se deparar com os desafios do ato de ensinar. Para que se legitime uma formação de professores construída dentro da profissão, ou seja, para que não sejam esvaziados os saberes da profissão e que seja devolvida a formação de professores aos professores, a componente prática centrada na aprendizagem dos estudantes é essencial. Para o ensino e a aprendizagem serem substancialmente práticos, devem ser constantemente repensados em termos de reflexão teórica e análise coletiva a partir das ações de educadores em sala de aula e de casos concretos de indisciplina, insucesso escolar e formas de preconceito com os quais os educadores se deparam.