DANÇA DE SALÃO – RELATO DE EXPERIÊNCIA NA UNIVERSIDADE ABERTA À TERCEIRA IDADE- DA UESPICláudia Maria da Silva VieiraProfessoraMara Jordana Magalhães CostaProfessoraAurinice Sampaio Irene MonteCoordenadoraSolange Maria Ribeiro Nunes LagesCoordenadoraO envelhecimento é um processo natural e inerente a todo ser humano, mas que ocorre de forma individual e pode ser influenciado por inúmeros fatores tais como biológicos, sócio-econômicos, ambientais, culturais, etc. Com o avançar da idade as habilidade físicas e funcionais declinam e com isso o idoso se torna menos participativo socialmente. Diante do exposto nosso objetivo será relatar a experiência vivenciada na UNATI/UESPI como professora da disciplina dança de salão. A UNATI, como projeto de extensão da Universidade Estadual do Piauí, oferece a disciplina Dança de Salão no 3º módulo de seu currículo. No 2º semestre de 2012 tive a oportunidade de ministrar essa disciplina que procurou promover qualidade de vida, interação e integração entre o grupo, bem como a manifestação da cultura através da elaboração de coreografias para serem apresentadas ao final da mesma. Inicialmente, três ritmos foram selecionados para a composição do cronograma da disciplina: samba, bolero e forró. Antes de iniciar o conteúdo prático buscou-se expor sobre a origem de cada um deles. O conteúdo prático teve seu início por meio da exploração dos elementos básicos de cada dança, em seguida partiu-se para a elaboração da coreografia, a qual fez parte do espetáculo final. Todo o conteúdo foi desenvolvido considerando a faixa etária e as condições físicas dos alunos, sendo, portanto, muitas vezes adaptado. Essa experiência revelou o quanto a dança, como instrumento educativo tem o poder de promover mudanças em relação a determinados comportamentos, sejam eles culturais, religiosos ou de outra ordem. Por meio de uma prática planejada, a dança tem o poder de transformar as pessoas, de quebrar paradigmas ocultos não revelados verbalmente. A experiência vivida na UNATI no decorrer desse período trouxe grandes ensinamentos para minha vida pessoal e profissional. Quando iniciei a disciplina Dança de Salão percebia que algumas pessoas se recusavam a participar da prática por motivos como: minha religião não permite; por medo de ser rotulado de “assanhado”; medo de não conseguir realizar determinado elemento e ser criticado pelos colegas; por se achar incapaz fisicamente; ou ainda porque não podia ser tocado por um homem. As mudanças de comportamentos foram gradualmente ocorrendo à medida que discutíamos sobre a importância da dança bem como sobre sua origem histórica, a qual nasceu da religião. Cada vez mais os alunos sentiam-se motivados à aderência da dança. Talvez o maior empecilho para aderência fosse mesmo as limitações físicas. Aprendi a respeitar as condições dos alunos e, principalmente a adequar a dança às condições físicas, culturais e religiosas dos idosos. Eles passaram a aceitar-se como são e acreditar que com suas limitações ainda podem fazer muito e viver mais e melhor. Dessa forma, pode-se ter uma participação ativa e consciente de todos, sabendo-se que a felicidade do idoso está também em participar da sociedade. Palavras-Chave: Dança, envelhecimento, motivação.