A prevalência de idosos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Geral é proporcional ao aumento desta população no Brasil segundo último censo do IBGE. Esta faixa etária é a que com maior frequência está sujeita a intervenções, principalmente naqueles submetidos a terapias longas por doenças crônicas podendo evoluir ao óbito no momento em que esse paciente encontra-se em um estado de fragilidade, com declínio das funções orgânicas e da qualidade de vida. O processo de morte/morrer gera momentos de frustração e pendências emocionais, legais, financeiras e sociais onde o enfermeiro está ligado ao cuidado direto servindo como elo na relação família, paciente, médico e equipe. Mas, vivenciar e compartilhar esses momentos nem sempre é possível em UTI, propostas da Política Nacional de Humanização, como a Visita Aberta, ainda está em discursão nesta instituição, contribuindo para que a sociedade perceba que é possível desassociar a morte e o morrer do medo e da dor, proporcionando dignidade ao idoso. Foi realizado um estudo na UTI adulto do Hospital Universitário Lauro Wanderley sobre a visão dos profissionais e familiares a respeito da implantação da visita aberta neste setor utilizando questionário semi-estruturado objetivando saber o conhecimento sobre o tema, quantas horas seriam suficientes, pontos positivos e negativos, números de acompanhantes por visita, explicando ao final todos os pontos a respeito da visita aberta. A aplicação foi feita pelos residentes multiprofissionais em saúde hospitalar dos núcleos de enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, serviço social, nutrição, odontologia, farmácia e psicologia da ênfase de crítico. A equipe multiprofissional vivenciou durante 09 meses do ano de 2012 em campo prático que o cuidado paliativo prestado nesse processo natural do ser humano é prejudicado pela ausência de um ambiente hospitalar adequado e a ausência de protocolos no setor sobre terminalidade e ortotanásia concluindo que, podemos levar o paciente a morte com sofrimento o que chamamos de distanásia. Além da falta de infraestrutura e profissionais capacitados para se fazer acolhimento falta a compreensão sobre visita aberta, percebeu-se que condições precárias para manter o acompanhante em tempo integral no hospital não são os únicos problemas, existe toda uma cultura institucional, médica e da sociedade em querer lutar pela continuidade da vida como se fossemos imortais. Foram a partir daí tratadas as seguintes questões: falta de protocolos, quando se deve aceitar um idoso em cuidados paliativos a UTI? Não seria preciso se criar um setor para atender essa demanda no hospital? Como cuidar do idoso na terminalidade com a visita aberta implantada? Concluímos que criar equipe e programa específicos de cuidados paliativos para gerar conforto dos sintomas e da dor adequados seria mais efetivo. Criar um programa de assistência ao luto foi uma resposta aos gestores e instituição, pois na visão da clínica ampliada que visa ao sujeito, à doença, à família e ao contexto, tendo como objetivo produzir saúde e aumentar a autonomia do sujeito, da família e da comunidade, constatou-se que o problema não cessa com o óbito.