Os grupos escolares foram criados no Brasil por volta de 1890 como um ideal de escola moderna do governo republicano com o objetivo de diminuir o índice de analfabetismo e propagar hábitos ordeiros e de civilidade na população que visavam contribuir com a formação do perfil de um novo cidadão. As primeiras edificações escolares, construídas em São Paulo, tornaram-se modelos para outros grupos escolares que se desenvolveram pelo país e as instituições educativas também mantinham uma relação direta com o progresso e o desenvolvimento urbano. Esse trabalho tem como objeto de estudo o Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia, inaugurado no dia 07 de setembro de 1911, na cidade de Assú (RN). À época de criação do grupo, e em suas primeiras décadas de funcionamento, os sinais do progresso haviam chegado na cidade através de uma série de mudanças e no aumento da demanda de serviços públicos e privados. Registra-se, ainda, uma movimentação artístico-cultural com a criação de espaços teatrais, a circulação de jornais e uma efervescência poética na cidade. O objetivo desse trabalho é analisar o processo de interação que se configurou entre a cultura escolar desenvolvida no Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia e os principais aspectos da cultura urbana presente na cidade de Assú. Abordamos, principalmente, as práticas culturais no âmbito educacional através da produção de dramatizações teatrais e da produção de veículos de comunicação impressos. No referencial teórico trabalhamos com Forquin (1993), que identifica a cultura escolar como um conjunto de significados, expectativas e comportamentos compartilhados por determinado grupo que potencializam os intercâmbios sociais dentro de um recorte espacial e temporal determinados.