O envelhecimento populacional tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas, em especial nos países em desenvolvimento, como o Brasil. O envelhecimento acontece de forma gradual, e ao longo desse processo, várias alterações morfológicas, fisiológicas e psicológicas ocorrem de forma dinâmica, comprometendo a capacidade de adaptação intrínseca e extrínseca do indivíduo. Uma das causas desse crescimento exponencial é o aumento da qualidade de vida, resultante da universalidade de acesso aos serviços de saúde. Em contra partida, essa necessidade de saúde justifica-se pela prevalência de diversas patologias na população idosa. A depressão merece atenção especial, pois pode causar sérias repercussões na qualidade de vida do idoso; seja nas atividades de vida diária ou no desenvolvimento do autocuidado. A identificação clínica e precoce de idosos com comprometimento biopsicossocial poderá levar o enfermeiro a uma avaliação apurada do estado geral de saúde do idoso, analisando déficits no desenvolvimento do autocuidado. Com isso, a prevenção de incapacidades físicas permanentes pode tornar-se necessária, ao passo que a melhora biológica, psicológica e social seja promovida de forma articulada. Objetivou-se a necessidade de aplicar o conteúdo teórico da disciplina enfermagem em saúde do idoso e metodologia da assistência de enfermagem, promovendo a Sistematização da Assistência de Enfermagem em um paciente internado na clínica médica de um Hospital no Agreste de Pernambuco. Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, vivenciado durante prática hospitalar na disciplina de enfermagem em clínica geral. Os procedimentos realizados durante a prática hospitalar propuseram novas visões acerca do cuidado assistencial a um idoso internado para tratamento de distúrbio renal crônico e infecção respiratória. O paciente apresentou comprometimento biopsicossocial que evoluiu para depressão, subjacente a patologias preexistentes, e não aceitação familiar e social decorrente de etilismo crônico. As dificuldades em realizar o autocuidado foram observadas dia após dia, mesmo com sistema renal e respiratório estabilizados. As principais ações realizadas com o idoso incluía: administração de medicamentos conforme prescrição médica; oxigenioterapia devido aos problemas respiratórios; auxílio na alimentação e hidratação oral; sondagem vesical de alívio quando indicado; mudança de decúbito para a prevenção de úlceras; banho no leito; e verificação dos sinais vitais, momento crucial, pois através do processo de enfermagem o paciente era indagado acerca de sua história de saúde atual e pregressa, história familiar, dentre outros. Nesse momento o paciente sentia-se aberto para falar de seus medos e preocupações acerca do futuro. O processo depressivo repercutia em vários momentos de desenvolvimento do autocuidado, e o idoso mostrava-se desinteressado em realizar qualquer tarefa. Durante toda a vivência, podemos observar quanto importante era a avaliação integral do paciente, em especial, quando trata-se de um idoso, pois como citado anteriormente, os sintomas depressivos podem ser negligenciados por parte dos profissionais de saúde, ou até mesmo confundidos com sintomas ditos comuns de outas patologias. Para que o cuidado seja implementado de forma eficaz, mantendo-se a autonomia e qualidade de vida acerca da saúde desses indivíduos, a assistência deve ser contínua e integrada, preservando-se as funções fisiológicas e funcionais, promovendo a saúde em todos os âmbitos da saúde.