O envelhecimento populacional se traduz em maior carga de doenças na população, mais incapacidades e aumento do uso dos serviços de saúde. Quando se pensa na elaboração de uma nova política de cuidado para o idoso baseada na qualidade de vida, assume importância basilar sobre o conceito de capacidade funcional, isto é, a capacidade de se manter as habilidades físicas e mentais necessárias para uma vida independente e autônoma. Isto significa desenvolver estratégias que visem postergar a morte ao máximo possível, retardando a evolução das doenças, a fim de levar a vida para o limiar mais próximo possível do limite máximo da existência da espécie humana, mas com qualidade de vida, com autonomia e independência, ou seja, com capacidade funcional. O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade de vida de idosos hospitalizados por fraturas em membros inferiores, no período de internação e seis meses após o evento traumático. Estudo de caráter longitudinal e faz parte de um recorte de pesquisa de doutorado em andamento. Os procedimentos para a coleta de dados foram realizados no Hospital Geral de Vitória da Conquista-Ba (HGVC). Foram utilizados questionários para coleta dos dados sociodemográficos e clínicos e o questionário SF-36, específico para aferir a qualidade de vida. Para a avaliação da qualidade de vida, foram feitas coletas de dados em dois momentos, no período de internação hospitalar e após 06 meses do evento traumático A pesquisa foi aprovada sob o parecer de no 494.966. Dos idosos participantes da pesquisa a média de idade 72,04±8,8 anos, sendo 56% do gênero feminino. Na internação hospitalar, 58,3% dos acompanhantes eram os filhos(as). Dos entrevistados, 100% relataram não participar de nenhuma atividade cultural, 68% não possui nenhum tipo de atividade social e 96% relataram não participar de nenhum tipo de atividade física, como caminhadas, alongamentos, academia, programas de atividades entre outras. O sábado foi o dia da semana com maior frequência de fraturas 20,8%. Quanto ao local do fratura 72% apresentaram fratura de fêmur e 28% de tíbia, sendo que 95,8% apresentaram fraturas fechadas. O tempo médio de internação hospitalar foi de 24,07±127 dias. Para os domínios capacidade funcional, dor e limitação por aspectos emocionais, houve diferença significativa no período estudado. Os quesitos abordados sobre a qualidade de vida dos idosos, embora não irrefutáveis, merecem atenção por parte dos familiares e profissionais de saúde envolvidos no processo de cuidado ao idoso. Nas dimensões estudadas sobre a qualidade de vida, houve melhora significativa na capacidade funcional, dor e limitação por aspectos emocionais. Os dados sociodemográficos e clínicos apresentados já sinalizam aspectos para maior atenção integral ao idoso, de forma a garantir ao máximo sua integridade biopsicossocial, garantindo uma melhora na capacidade funcional, autonomia e independência, fatores que asseguram uma melhor qualidade de vida. A observância destes achados torna-se relevante uma vez que alguns fatores de risco parecem ser previsíveis e preveníveis.