Nos últimos anos, a população idosa brasileira apresentou um incremento quase duas vezes superior ao da população geral, sendo o segmento populacional que mais tem aumentado. O envelhecimento está ligado ao aumento da incidência do câncer devido a diversas alterações fisiológicas relacionadas à idade que determinam conjuntamente alterações moleculares que combinadas a fatores mitogênicos e associados à insuficiência e desregulação do sistema imunológico favorecem a proliferação celular podendo provocar o aparecimento do câncer em idosos. Dentre alguns sinais e sintomas característicos das neoplasias, a dor é a mais freqüente, a sua prevalência aumenta com a progressão da doença. O tratamento paliativo é uma das alternativas utilizadas no combate do quadro sintomatológico do paciente oncológico, este visa o bem-estar global do individuo. Assim, é essencial avaliar o idoso quanto à presença de sintomas relacionados ao câncer e potenciais riscos e benefícios a serem paliados. Segundo o formulário terapêutico sugerido pelo Instituo Nacional de Câncer (INCA), alguns medicamentos estão protocolados e são referentes aos cuidados paliativos. Dentre eles estão os analgésicos no combate da dor. Também são usados adjuvantes, para aumentar a analgesia, como os corticosteroides e anticonvulsivantes; os antieméticos e laxativos, para controlar os efeitos adversos dos opiáceos; e antidepressivos para controlar sintomas que estão contribuindo para a dor do paciente, como ansiedade, depressão e insônia. Por isso, condições crônicas dos casos de câncer representam um grande risco à saúde do idoso, não só pela gravidade da enfermidade em si, mas pelo maior risco de ocorrência de tratamentos farmacológicos múltiplos e reações adversas a medicamentos, que agrava a morbimortalidade desses indivíduos. O uso concomitante desses medicamentos caracteriza a polifarmácia, que é definida como o uso de cinco ou mais medicamentos simultaneamente. Dessa maneira teve-se como objetivo principal do trabalho, o estudo da farmacoterapia paliativa em pacientes oncológicos hospitalizados na Fundação Assistencial da Paraíba (FAP), em Campina Grande – PB. A pesquisa foi desenvolvida através de uma abordagem transversal e quantitativa em pacientes hospitalizados na Clínica Oncológica da FAP, constituída por uma amostra de 31 pacientes que possuíam idade igual ou acima de 60 anos e permaneceram internados durante um espaço de tempo de no mínimo 48 horas. Como instrumento para coleta de dados, utilizou-se um formulário farmacoterapêutico especificamente elaborado para o estudo, o qual foi realizado entre os meses de Outubro de 2014 a Julho de 2015. Da amostra de 31 pacientes, 58,06% corresponderam ao sexo feminino, e 41,9% ao masculino. Alguns medicamentos foram constatados como os mais utilizados na Clínica oncológica, dentre eles está o Omeprazol com 17%, a Dipirona sódica com 15%, a Ondansetrona com 15%. A classe farmacológica mais utilizada foi a dos analgésicos. Foi verificada a prevalência de polifarmácia em 69% dos pacientes. Sendo esses resultados já esperados, pois ocorre a associação de múltiplos fatores, envelhecimento, neoplasia e internação.