No Brasil, dados do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2015 apontam que o número de idosos passou de 19,6 milhões em 2010, devendo atingir 41,5 milhões em 2030 e 73,5 milhões em 2060.Embora a velhice não seja sinônimo de doenças, sabe-se que este processo de transição epidemiológica caracterizado principalmente pela ascensão das doenças crônicas, se deve ao fato de que o envelhecimento traz consigo alterações fisiológicas próprias que podem favorecer o desenvolvimento dessas doenças.
Doenças crônicas têm relação estreita com complicações nos pés e, como exemplo podemos citar o Diabetes Mellitus (DM) que afeta 19,9% das pessoas de 65 à 74 anos de idade e o
câncer, que atinge 9,4% das pessoas de 60 a 74 ano.
O DM tem como uma de suas principais complicações o pé diabético, responsável por um grande número de hospitalizações além de contribuir para o desenvolvimento do processo de incapacidade e dependência.
óssea(5). Diante de complicações como "Pé diabético" e "Síndrome mão-pé", é possível afirmar que os pés podem passar também por complicações agudas ou crônicas decorrentes de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs).Assim, esta pesquisa justifica-se pela escassez de estudos voltadospara esse tema e objetiva: descrever o perfil dos idosos hospitalizados com alterações nos pés.Trata-se de pesquisa quantitativa, com delineamento descritivo que proporciona a identificação do perfil dos idosos com alterações nos pés hospitalizados nas clínicas médica e cirúrgica de um hospital universitário localizado no estado do Rio de Janeiro. A amostra apresentada é composta por 32 idosos.Os dados foram coletados mediante instrumento que aborda questões sóciodemográficas, histórico de saúde: que identifica os problemas de saúde desses idosos que podem estar relacionadas às alterações nos pés; exame físico dos pés: que inclui entre outros pontos, a palpação dos pulsos, alterações nas unhas (onicoses), presença de edemas, alterações na pele (ressecamento, fissuras, descamação); e
teste de sensibilidade utilizando Monofilamento de Semmes-Weistein de 10g.Os dados mostram que a idade dos idosos varia de 60 à 93 anos, com média de 69,37% com predominância predominância do sexo feminino 56,3%.As doenças crônicas mais frequentes na amostra estudada foram Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) com 18 (56,3%) idosos, Doenças osteoarticulares com 16 (50%), neoplasias com 13 (40,6%), Diabetes Mellitus (DM)com 8 (25%), cardiopatias com 10 (31,2%), Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) com 4 (12,5%) e Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP) com 3 (9,4%).E apenas 8 idosos praticam exercícios físicos.O estudo não traz o tempo médio de internação desses idosos e nem a rotatividade de pacientes no setor.Contudo é possível concluir que a maioria dos idosos hospitalizados possui baixa escolaridade e renda, são portadores deDCNTs e, consequentemente, apresentam demandas complexas de cuidados de saúde. Assim, é necessário que o profissional de saúde esteja atento às características individuais de cada paciente e desenvolva habilidades e estratégias de educação em saúde de forma que alcance principalmente o entendimento e as condições financeiras desses pacientes para que estes não apenas recebam os cuidados, mas sejam participantes ativos do processo de cuidado durante a internação e após a alta hospitalar.