Poder estudar/relatar a pesquisa que envolve as pessoas de terceira idade é extremamente importante, uma vez que, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), até o ano de 2025, o Brasil será o sexto país em população de idosos. Faz-se necessário que estudiosos se preocupem com essa população, que consigam percebê-la enquanto conjunto de pessoas de direitos. E, se assim realmente pensarmos, é necessário compreender que as pessoas de terceira idade têm o direito de exercer sua sexualidade, como as demais pessoas de diferentes faixas etárias. Na sociedade contemporânea ainda há uma concepção muito negativa do envelhecimento, onde a sexualidade é extinta desta faixa etária, sendo os idosos considerados seres assexuados, pessoas desprovidas de sexualidade. Os idosos que tem vida sexual ativa muitas vezes envergonham-se de admiti-lo. A família e a sociedade costumam desencorajá-los a isso. Cabe uma observação: sexo não é só contato genital. Carinho, outras formas de contato físico, afetivo de modo feral podem e devem ser cultivados em qualquer idade. A sociedade acredita que tanto o homem quanto a mulher que atingem uma idade avançada perdem totalmente a capacidade, o interesse e o desejo de manter uma atividade sexual pelas modificações fisiológicas que ocorrem no processo de envelhecimento. Esta visão, porém, não é correta e este ciclo, mesmo possuindo alterações, se faz representar na vida de um indivíduo mais velho. Salientando que a partir da perspectiva histórico-cultural, a sexualidade do idoso pode ser percebida como processo dinâmico, marcado por contradições, imerso em uma história e em uma cultura nas quais são gerados sentidos e significados próprios. O indivíduo se constitui e é constituinte da sociedade, da cultura em que está inserido, de acordo com sua história, demonstrando a sua singularidade em suas expressões e em suas atitudes perante os acontecimentos durante a vida. Destaca-se que, atualmente, o envelhecimento populacional é um fenômeno mundial, com acentuado crescimento do contingente populacional idoso em relação ao dos demais grupos etários. No Brasil, houve uma elevação da população maior de sessenta anos, numa proporção de 4%, em 1940, para 8% em 1996. Além disso, a população “mais idosa”, ou seja, de oitenta anos e mais, também está aumentando, alterando a composição etária dentro do próprio grupo (CAMARANO,2002) A sexualidade é um elemento fundamental para uma boa qualidade de vida dos idosos, porém se faz necessário conhecimento de como eles a percebem e a vivenciam, permitindo a obtenção de informações relativas ao tema que poderão subsidiar os profissionais de saúde, com vistas ao planejamento de ações específicas e objetivando a atenção integral. Além disso, ao buscar conhecer o que os idosos pensam acerca da sexualidade na velhice, considera-se que esse resultado possa despertar o interesse dos profissionais de saúde sobre a temática, ampliando o conhecimento e propondo intervenções junto a este contingente populacional.