FERREIRA, Elisa Cristina Amorim. . CONEDU - Didática e Currículo (Vol. 02)... Campina Grande: Realize Editora, 2024. Disponível em: <http://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/106087>. Acesso em: 27/12/2024 13:02
Em instâncias e formulações diversas, o currículo age como um elemento influenciador imperativo da prática escolar, imerso em relações de poder, estabelecendo-as e perpetuando-as. O currículo organiza as práticas e os saberes, trazendo consigo valores e interesses que nem sempre são questionados, em vista disso, desnaturalizá-lo para compreender os porquês trata-se de um passo importante para escrever sua história social, como sugere Pierre Bourdieu em sua praxiologia. Para o estudioso, um objeto de investigação não é dado e acabado, ao contrário, está sempre em construção. Assim, ao pensarmos na prática escolar e, mais especificamente, no currículo que a perpassa, é imprescindível um olhar racional e relacional, ou seja, pensar sobre as variações contextuais, os agentes, os momentos históricos e sociais desse objeto, numa construção reflexiva que, fundamentalmente, estabelece relação entre ele e a realidade que o resultou. Diante disso, neste artigo, objetivamos refletir sobre o currículo e a prática escolar por meio do pensar relacional proposto pelo estudioso. Para tanto, trouxemos as ideias de habitus, campo, capital, violência simbólica, entre outros, relacionados à prática docente e escolar para discussão. Logo, a pesquisa estabelece-se no âmbito das pesquisas qualitativas documentais e fundamenta-se em estudos de Pierre Bourdieu e em embasados no estudioso (BOURDIEU 1983; 1988; 1989; 1998; 2008; 2009; GIOVEDI, 2014; PINTO, 2000). além de trabalhos sobre currículo (NASCIMENTO; LINO DE ARAÚJO, 2019; PARAÍSO, 2010; SILVA, 2005). Concluímos, por fim, que os pressupostos de Pierre Bourdieu podem contribuir para discussões profícuas sobre a prática escolar e o currículo, permitindo avançar no entendimento da importância de práticas educativas críticas, verdadeiramente libertadoras e transformadoras.